sábado, 29 de novembro de 2014

Sobre o termo ciência na magia

Uma palavra de esclarecimento: nesse texto, o termo magia é usado como um termo genérico para qualquer ação ou efeito que dependa da ação/intuição/energia de seres de outros planos de existência e/ou que essas ações ou efeitos sejam ativados pelo que é comumente chamado de “fé”. A principal característica da metodologia científica é a capacidade de, se reproduzindo todas as condições nas quais um experimento ocorre, se obter exatamente o mesmo resultado. Esse fato faz com que, no campo da magia e da religiosidade, seja impossível se obter uma comprovação científica. Talvez por isso, embora tenha sido chamada de Ciência Sagrada, a magia – em suas inúmeras estruturas – seja mais corretamente descrita pelo antigo termo “a Arte”. Pelo exposto no primeiro parágrafo, como ciência, a magia deveria ser passível de ser comprovada em condições controladas, o que implica em elementos mensuráveis. Como se pode deduzir, a simples menção da causa de uma ação mágica (seja ela inserida em uma religião ou não) já implica na existência de elementos que não podem ser objetivamente mensuráveis e, portanto, tornam as condições da ação impossíveis de serem duplicadas. Isso significa que as ações mágicas não podem ser consideradas científicas. Há quem afirme que o uso do temo ciência se relaciona com o significado original da palavra, a saber, “conhecimento”. Mas então, porque não usar o termo Conhecimento Sagrado? Me parece que, o que ocorre é uma tentativa de tornar, ou pelo menos aparentar, “aceitável” ou “respeitável” ou mesmo menos sujeita a contestações, as ações ou teorias mágicas. Se afirmado que tal fato ou teoria é cientificamente embasado, ou se induzida a essa crença, a maioria das pessoas atribui maior credibilidade ao fato ou teoria. Entretanto, mesmo isso é uma utopia... Os fatos científicos são incontestáveis apenas nas condições em que ocorrem. Mudando-se essas condições, toda teoria cientifica é contestada e deve ser, no mínimo, adaptada, como a história bem o ilustra. Particularmente, acredito que analisar as teorias e ações mágicas com lógica e o maior grau de metodologia científica possível seja altamente louvável e produtivo, mas tentar fornecer um caráter científico a essas ações e teorias é algo – no mínimo – incoerente.